segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
MUTIRÃO DA ALEGRIA
CARA DE PALHAÇO..PINTA DE PALHAÇO..BRAVO..BRAVOOO!!!
Canoeiros!!!
estão todos convidados a mais um mutirão!!!
dessa vez será o Mutirão da Alegria, no qual passaremos por algumas comunidades levando brinquedos e livros para a criançada.
Estão todos convidados a vestir a sua peruca, por aquela camiseta mais colorida e deixar a alegria do palhaço com a fraternidade do natal tomar conta de você!
leve apitos, bandeirinhas, brincadeiras e muiiiiiiiiita disposição porque a turminha lá tem energia pra dar e vender!!!!
Estamos arrecadando brinquedos e livros para a garotada, pergunte para o tio, o amigo, o vizinho, o patrão se ele tem algo em casa que a gente leva!!
O mutirão ocorrerá de 19 a 20/12, saindo da Vila das Peças as 11:00 (hora que o barco de Paranaguá chega) e retornando pra Peças no domingo até as 17:00 para pegar o barco de volta para Paranaguá, já haverá um barco todo no clima da alegria nos esperando pra seguirmos nessa missão.
mais detalhes do mutirão comigo (8801-6622) ou com a Letícia (8802-7712) ou deixe um recado aqui com seu email que a gente retorna!!!
peguem seus remos.. e vamos s'embora!!!
Juliana Ramos
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Mutirão na casa do Agostinho
Galera da Canoa!!!!!
nossos remos nunca mais enferrujarão! no final de novembro tem mais um mutirão, dessa vez será na casa do nosso querido Agostinho!!!
Vamos nos organizar novamente, e s'embora pro mangue... porque lá também tem muita coisa pra ser feita!
Não esquecer claro...meninas, levem a saia...afinal sempre tem fandango no mutirão e meninos...força pra empurrar o barco de novo ehhehe porque sem perrengue não tem graça!
O mutirão no seu Randolfo foi um sucesso, agora é continuar seguindo nesse caminho...e não parar nunca mais...
bjs a todos!!!
e participem!
foto by Letícia
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Mutirão no Seu Ranfoldo = SUCESSO

Enfim, aconteceu nosso primeiro mutirão!!!!!! e foi um SUCESSO!!!!!!
um parabéns pra todos que participaram, que remaram, que empurram o barco, que cantou pra animar, que pegou na enchada, que correu atrás, que roçou, que cozinhou, que fez as coisas acontecerem, que pensou e que ainda dançou no tão merecido fandango!!!!! porque fandango e mutirão andam sempre juntos! Ver o brilho de felicidade nos olhos daquela criatura linda foi demais!
Foram feitos as seguintes intervenções:
Instalação de uma caixa d'agua - agora seu Randolfo tem água encanada em casa!
Horta - foram feitos 15 canteiros com plantas diversas
Limpeza - foi roçado ao redor da casa, agora está bem limpinho em volta da casa!!!
um parabéns pra todos que participaram, que remaram, que empurram o barco, que cantou pra animar, que pegou na enchada, que correu atrás, que roçou, que cozinhou, que fez as coisas acontecerem, que pensou e que ainda dançou no tão merecido fandango!!!!! porque fandango e mutirão andam sempre juntos! Ver o brilho de felicidade nos olhos daquela criatura linda foi demais!
Foram feitos as seguintes intervenções:
Instalação de uma caixa d'agua - agora seu Randolfo tem água encanada em casa!
Horta - foram feitos 15 canteiros com plantas diversas
Limpeza - foi roçado ao redor da casa, agora está bem limpinho em volta da casa!!!
Tivemos fandango com Seu Leonildo e Seu Randolfo pra fechar com chave de ouro!!!!
valeu tchurma!!!!!
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Seu Randolfo Pereira - Mestre Fandagueiro
Seu Randolfo faz parte da história viva do fandago e da vida caiçara no litoral paranaense.
Na nossa passagem por sua casa ele nos brindou com sua música, cheia de emoção e poesia. Agora vamos retornar, com nosso mutirão pra alegrar o seu dia, ajudar na sua rotina e e tentar deixar o melhor de nós para esse exemplo de vivacidade, emoção e alegria.
é hora de pegar os remos de volta, se'mbora galera!!!!!!!!!
"Mas ao mesmo tempo percebia uma espécie de desleixo e desordem, para não dizer mesmo de licenciosidade, como se se tratasse não de uma mansão senhorial, mas de um albergue de estrada, onde pessoas desconhecidas entre si e de condições sociais e países diferentes se encontrassem em convivio por uma noite e, nessa promiscuidade forçada, cada qual sentisse afrouxarem-se as regras a que estivesse preso no seu ambiente próprio, e, assim como alguém se resigna a modos de vida menos confortáveis, da mesma forma se entrega a costumes mais livres e diversos" (Italo Calvino, O castelo dos destinos cruzados, 1991, p. 12)
Senti um pouco essa sensação durante os primeiros dias da viagem... Fica a livre interpretação de cada um/a... mas acho que era um pouco se despir de alguns paradigmas e também vestir-se com novas roupagens* com as quais sobrevivemos à experiência.
*[até literalmente, por utilizarmos roupas de doação, he]
Senti um pouco essa sensação durante os primeiros dias da viagem... Fica a livre interpretação de cada um/a... mas acho que era um pouco se despir de alguns paradigmas e também vestir-se com novas roupagens* com as quais sobrevivemos à experiência.
*[até literalmente, por utilizarmos roupas de doação, he]
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Quarto dia!
No dia seguinte depois de tomar um chá (mate também) e arrumar as canoas partimos novamente. Quando estávamos já no meio da travessia aparecer uma embarcação com três mulheres e um homem que, ao chegar perto começaram a gritar para que parássemos. Eu estava na batera com Renato e Vado a embarcação se aproximou e a mais velha das três mulheres pediu alguns agasalhos para a família dela e as outras de Gamelas. Aconteceu que nós não passamos pela vila e eles estavam esperando para ganhar roupa que nós levávamos... Entregamos algumas coisas, estava praticamente tudo molhado, mas isso não foi um problema para eles/as... Tinham feito uma vaquinha para poder pagar a gasolina para nos alcançarem antes que chegássemos à próxima vila. A viagem na batera, apesar das boas companhias, não foi muito entretida porque não tinha como remar então parecia que estava me aproveitando do esforço dos dois rapazes... Além disso, passei um pouco de frio, mas também cantamos e contamos várias coisas um do outro. Chegamos à casa de Valdomiro em Poruquara. [Esta Vila fica na Baía dos Pinheiros e é possível chegar tanto por mar quanto por terra pela estrada do Bronze desde Guaraqueçaba. As relações comerciais e de comunicação são, por isso, especialmente com Guaraqueçaba] Além de conhecer e hospedar-nos na casa do Valdomiro, conhecemos a Dona Pedrina -de 87 anos- e dois filhos e uma filha dela: Seu Vicente, Jamil e a filha que mora em Paranaguá. Ela é uma senhorinha bem querida que, dizem que era curandeira, e mesmo com a idade dela ainda surpreende com a habilidade que tem de sentar de cócoras e ficar durante longo tempo. Seu Vicente toca fandango e na segunda noite que ficamos na Vila, ele nos privilegiou tocando a sua rabeca. Mas voltando à cronologia da viagem... Quando chegamos depois de longas horas de remada, retiramos todas as sacolas de roupa das canoas e já aprontamos a janta, pois estávamos “morrendo” de fome. Vado se prontificou e fez uma sopa. Ocupamos toda a casa do Valdomiro para dormir. Camila, Elaine, Pedro e eu dormimos numa das salas. Camila, no dia seguinte comentou que tinha passado frio, então na noite seguinte iria dormir no meio para compensar a falta de cobertores... Eu tive frio nos pés, mas encostava-os na Elaine [He he!]
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Contemporaneidade Remota
Novamente - depois das habituais fotos e agradecimentos – remamos. Agora revigorados de café-com-leite e animados, pois rumáva-mos ao destino final. Pelo menos essa era a informação do nosso “comandante em chefe”.
Pegamos uma birra de vento no cair da tarde que nos obrigou a desembarcar em uma outra comunidade: Ilha Rasa. O pequeno povoado se concentra ao redor de um grande bar no qual, quando entrei, vi nossa tripulação já toda espalhada, exercendo suas habilidades sociais. Uns valsavam estranhos, tentando adequar o passo à música exprimida pelo radio velho no fundo do armário, outros alisavam o balcão e confirmavam seu ângulo perfeito jogando suas costelas e cotovelos contra (afinal a cachaça era fácil e benquista, vinha com a desculpa irrefutável do frio). Havia também, é claro, os próprios moradores que observavam numa mistura de espanto e simpatia aqueles loucos que saíram do meio do mar noturno e agora cumprimentavam falando alto e gargalhando. Nessa vila havia até um orelhão. Meio cabisbaixo e estranho, talvez desconfortável por estar fora de sua origem urbana. Tentei, em vão, ligar para casa.
Veio o sinal e lá fomos nós de volta às naus. Fincávamos os remos n’agua, observando o gotejar prateado e a fluidez cada vez mais leve da canoa. Dessa vez era o destino final.
Ali passaríamos a noite. Uma praia deserta no fundo de dois grandes braços de montanhas. Protegida pelos promontórios, a praia se acalmava e se empenhava apenas em refletir os anseios do firmamento. A noite clara revelava a brancura da areia e as delineações das altas palmeiras.
Encostamos quietos e arrastamos as canoas para longe d’água. Fui voluntário, junto com Laine, a ir na busca de reconhecimento com nosso chefe. Penetramos no mato por uma abertura que só mesmo nosso experiente companheiro caiçara reconheceria. Depois de mais alguns passos dentre as árvores densas, senti que pisava em grama, quando se confirmou a chegada. A mata se abriu, o céu apareceu forte e livre de qualquer sombra, apontando no centro do pátio a casa em que ficaríamos. Tinha dois andares, porém sua forma afunilada e um par de palmeiras que se erigiam nos flancos, amaciavam sua robustez e extensão. Voltamos em passo apertado pra anunciar a todos o que os aguardava.
Foi uma noite incrível. Uma fogueira se fez logo em frente da casa. Afim de aquecer e corar nossa escassa comida. Fogueira essa que custou os dois pés de nosso companheiro Eva. Esse, com estoicismo descomunal que demonstraria durante toda a viagem, retirou os pregos grossos atravessados nos pés, medicou com um anticéptico qualquer e enfaixou, se apressando em dar continuidade em seu labor.
Assim era o grupo. Assim aprenderíamos a ser. Se temos objetivos grandes de mudar e, consequentemente de lutar contra uma época inteira, temos de ser compatível com tamanha tarefa. Pra isso não basta ser apenas quem somos, observar e sonhar. Temos que nos superar, a cada dia, a cada instante. Receber desafios de cabeça alta e criar novos quando não houver. Deixando de lado os gritos estomacais, as ardências da goela seca.
Posso rememorar aqui, saudando nosso companheiro Eva e correndo o risco de ser mais uma vez intitulado como rebelde e extremista, uma frase de um homem, que como poucos, foi ao fundo na convicção de seus sonhos e certezas, e que se adapta a esse sentimento que vivi ali:
“... numa revolução, ou se triunfa ou se morre (se é verdadeira)”
A lua semi-cheia, nos admirava de sua poltrona celestial. E assim - dormimos.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
A TERRA É UMA SÓ NAÇÃO,E OS SERES HUMANOS, OS SEUS CIDADÃOS - RIO-92
A TERRA É UMA SÓ NAÇÃO, E OS SERES HUMANOS, OS SEUS CIDADÃOS - RIO-92
" O futuro saudável da Terra depende da criação de uma cidadania planetária, com base numa ética integral de respeito a todos os seres com os quais compartihamos o Planeta. O papel da educação popular comunitária será decisivo para a mudança de mentalidade e atitudes em direção á sustentebilidade econômica.
Para se chegar a um código de ética planetário, sustentando um núcleo de princípios e valores que fazem frente à injustiça social e falta de equidade reinante no planeta é preciso observar 5 pilares:
1- direitos humanos
2-democracia e participação
3-equidade
4-proteção da minoria
5-resolução pacífica dos conflitos"
Moacir Gadotti
Como cidadãos do mundo não deveríamos nos sentir estrangeiros em qualquer território, pois pertencemos a um único território, a Terra (Gaya). As diferenças enfraquecerão ao adotarmos esta postura de cidadãos do planeta, assim os problemas do outro poderão ser resolvidos com atitudes tomadas por mim e vice-versa! Afinal estamos todos interconetados.
Um grande Abraço
Elaine!
foto by Letícia
E oque estamos fazendo?
Durante a nossa "viagem ao centro da terra" foi possível enchergar de perto a rotina das comundiades situadas no Parque Nacional do Superagui, pude com isso perceber os paradoxos cujos quais aquelas pessoas vivem.
Possuem a riqueza da Mata Atlântica, mas mal podem observá-la....
Um oceano inteiro a sua frente, mas dele, só os grandes podem tirar sustento...
Uma cultura inigualável...Os Caiçaras...com o comum desleixo de suas escolas, cujo governo mal lembra que existe...
Um povo que luta para sobreviver dignamente, mas é barrado por uma legislação que ainda não faz sentido de existir...
A partir disso me questiono sobre qual é o nosso papel na sociedade...
Nós que conhecemos um pouco sobre tudo, que estudamos em boas escolas, e temos acesso a todos os meios de comunicação possíveis para ver e aprender ainda mais, qual é o nosso papel na sociedade?
Será somente de nos focar em nossos estudos e aprender cada vez mais? Ou simplesmente se conformar, já que como dizem "uma andorinha só não faz verão"?
Acredito que devemos nos manter sempre atento e absorver mais e mais conhecimento e fazer uso disso tudo para a vida prática, para melhorar a realidade na qual se vive, pois conhecimento guardado dentro de livros se tornam obsoletos sem sua aplicação na prática. Conhecimento precisa ser repassado, vivido.
E nessas comunidades é palpável a necessidade de aplicação de tais conhecimentos, que nós viajantes da vida precisamos repassar. Transformar nosso aprendizado em algo concreto: mutirões, reuniões, oficinas, cursos, enfim passar a diante...
Talves seja esse nosos papel na sociedade, passar a diante...estender a mão à aqueles que precisam e saber receber a gratidão que lhe é ofertada.
Movimente-se!
foto by Letícia
Possuem a riqueza da Mata Atlântica, mas mal podem observá-la....
Um oceano inteiro a sua frente, mas dele, só os grandes podem tirar sustento...
Uma cultura inigualável...Os Caiçaras...com o comum desleixo de suas escolas, cujo governo mal lembra que existe...
Um povo que luta para sobreviver dignamente, mas é barrado por uma legislação que ainda não faz sentido de existir...
A partir disso me questiono sobre qual é o nosso papel na sociedade...
Nós que conhecemos um pouco sobre tudo, que estudamos em boas escolas, e temos acesso a todos os meios de comunicação possíveis para ver e aprender ainda mais, qual é o nosso papel na sociedade?
Será somente de nos focar em nossos estudos e aprender cada vez mais? Ou simplesmente se conformar, já que como dizem "uma andorinha só não faz verão"?
Acredito que devemos nos manter sempre atento e absorver mais e mais conhecimento e fazer uso disso tudo para a vida prática, para melhorar a realidade na qual se vive, pois conhecimento guardado dentro de livros se tornam obsoletos sem sua aplicação na prática. Conhecimento precisa ser repassado, vivido.
E nessas comunidades é palpável a necessidade de aplicação de tais conhecimentos, que nós viajantes da vida precisamos repassar. Transformar nosso aprendizado em algo concreto: mutirões, reuniões, oficinas, cursos, enfim passar a diante...
Talves seja esse nosos papel na sociedade, passar a diante...estender a mão à aqueles que precisam e saber receber a gratidão que lhe é ofertada.
Movimente-se!
foto by Letícia
domingo, 13 de setembro de 2009
Ah! a tal Almeida...
Paramos em mais algumas comunidades. Uma delas, a maior, chama: Almeida. Encantadora, repleta de cores, sobretudo ao entardecer, hora em que aportamos.
Um frondoso sombreiro recebe quem chega bem no meio da praça. Avistei mesas e cadeiras onde os moradores mais velhos estavam sentados, esparramados, falando coisa qualquer, acariciando as cabeças brilhosas do futuro da vila. Extasiado diante da multiplicidade das coisas belas e inéditas que se apresentavam aos meus olhos sob o cenário róseo do entardecer, escolhi aquele lugar para começar o reconhecimento.
Sentei-me com todo o cuidado em uma das cadeiras, ao lado de um velho cercado de crianças que, durante a prosa, descobri tratar-se de espécie de alcaide local. Ele, junto de seus irmãos, chegou àquele lugar em algum momento de suas vidas, se fixaram, multiplicaram e povoaram, fundando então a Vila Almeida. Ouvi atento às palavras rabiscadas do velho. Derramado sobre a cadeira, vagueava o olhar no mar, abalbuciava entre a barreira falha dos dentes a aventura épica de um jovem caiçara muito curioso e aventurado, respaldado somente pela fome de sua mãe viúva. Estupefato, prostei-me diante de tal grandeza. Voltei a cabeça pra baixo, movi os pés e tentei reproduzir todas as cenas em minha mente: em menos de cinqüenta anos, aqueles homens conseguiram tirar de um mangue escuro e tenebroso o oásis onírico em que me encontrava. Lembrei Marco Pólo quando, perto da morte, lhe propuseram retirar de seus relatos de viagem suas absurdas mistificações, respondeu ele: “não contei nem a metade”.
Aquela praça era também um tipo de refeitório em comum, onde se toma o café da tarde. Percebi isso quando algumas mulheres começaram a preparar a mesa servindo pão, café e leite. Rapidamente todos se puseram ao redor, procurando a “sua porção sob o sol”. Principalmente meus companheiros (eu já me encontrava ali com mais alguns), incomodados pelo estômago irritado, se abriram em risos ao ver, e exclamar: “Café. Com leite!”.
Saciado, saí certo e decidido – feito cão – a encontrar o mais belo mijatório. Algo à altura daquela “cozinha”. Confirmei então, nesse andar por entre a vila, o real desenvolvimento dessa comunidade em relação às anteriores. A maioria das casas são de madeiras, pintadas, minuciosamente caprichadas. Há uma extensão de terreno em frente ou atrás das casas onde se vê hortas de impecável organização. Há escola de quinta à oitava série com professores que parecem corresponder à necessidade local; um pequeno comércio é fonte de lucro da comunidade; um campo de esportes, cachorros, crianças... Ora! É a tão falada utopia.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
4º DIA
Pela manhã....
Nesses quatro dias passamos por intensas provas de superação física e mental, sobretudo na remada. Esta "atividade", que consiste em nossa verdadeira força de locomoção, tem porém, nos proporcionado momentos sublimes, aos quais nos deparamos com um amálgama de emoções internas e externas.
Com o tempo - depois que os músculos se esticam e os ossos dos ombros deixam de estralar - remar, ou pilotar uma canoa se torna leve e prazeroso. Começa-se então a sentir a fluidez da canoa, a sentir que faz parte dela. Por segundos vertiginosos entendemo-na como uma extensão de nossos corpos.
No terceiro dia, quando ainda nos encontrávamos em D. Regina - que conseguiu manter sua simpatia enquanto nós mostrávamos-mos gratidão pela sua paciente capacidade de cozinhar para o pelotão - acordamos cedo, esticamos as roupas das doações que estavam molhadas e as separamos.
Eu e Gabi, um nordestino de uma ternura hipnótica com quem rapidamente fiz amizade - pessoa daquelas que nos fazem, apenas com o muito que guardam nos olhos, relevar nosso próprio ser, simples e grave como é - combinamos de colocar um nariz de palhaço que ele havia trazido, e fazer alguma arte com as crianças da comunidade. Eu, é claro, estava empenhado em um projeto asceta de, com a facilidade e satisfação que Gabi tinha de se misturar com aqueles seres, tentar vê-los não mais como um amontoado de células evoluídas ou pedacinhos de carne. Este objetivo foi realizado mais rápido do que o previsto. Pois além do Gabi, todos eram mestres nessa arte. Todos constituíam A própria arte.
Um conceito que seria radicalmente transformado em mim, era o da “idade”. Em Idade da Razão, Sartre nos mostra como o homem moderno está susceptível a esse “tempo externo” e por vezes, é fragilizado por ele: quando jovem tem calma, mira e mistifica o futuro. Quando velho tem pressa, se vê gordo ao lado da morte e corre atrás do presente não vivido. Ninguém ali parecia preso ou mesmo consciente de suas idades. Eu era, cronologicamente, o mais novo da equipe e, no entanto, percebia-me como um velho, sério, pesado e quase carrancudo perto daqueles rostos leves, estalados e sorridentes.
D. Regina contou-nos que á pouco tempo, um fortíssimo raio atingiu sua casa em cheio enquanto ela e a família dormiam. A casa queimou toda e surpreendentemente, ninguém morreu. Sua mãe foi uma grande curandeira local. E logo o principio irrefutável dos povos se deu. O mistério foi logo atribuído á velha que então passou a dar outras "provas" de sua presença.
Eu como um assíduo e enamorado antropólogo do mítico, não poderia deixar de enfatizar isso aqui. Pois, pra mim, o que não é ornamentado pela arte - é banalizado pela arrogância da ciência.
Na comunidade de D. Regina há umas 30 casas. Todas de madeira construídas com suas histórias e decoradas com suas alegrias. De frente, na outra margem do rio, existe uma outra pequena civilização congênita da primeira. Soubemos que lá moravam muitas crianças e fomos pra lá - é claro. Em duas canoas, estavam Gabi, Cami a "colombiana", Mer a "argentina" e Laine - uma mulher muito interessante que me mostraria muito a respeito da vida e da idade preenchida. Todos sem duvidas, eram interessantíssimos. Apenas não os conhecia ainda e prefiro descreve-los de acordo com as moldagens que eles foram me causando na medida em que me relacionava com cada um.
Na medida em que nos aproximava-mos, percebíamos as construções rudes que coloriam a fronte da costa. Contrastavam radicalmente com a romântica Grécia observada na noite anterior. Casas erigida em ladeiras de ingrimidade tal, que parecia impossibilitar a mais simples caminhada. Percebi também as duas igrejas (EVANGÉLICAS), que se impunham aos moradores. Era delas que vinham aqueles gritos sacros da noite anterior.
É curioso como esse evangelismo vem até o último rincão na busca profícua de formar rebanhos e delimitar os seus cercos. Encontraríamos mais adiante, por toda a viagem, nos cantos mais inóspitos, onde a persuasão é fácil e tomada como verdade. É a versão moderna do catolicismo espanhol da Idade Média.
Ao desembarcarmos, crianças já nos cercavam eufóricas. Sabiam de tudo antes de nós mesmos. Suas moradas são verdadeiros mirantes e, quando uma vela aponta no horizonte, todos ali são avisados. Isso só aumenta a ansiedade de todos e, principalmente das crianças que nos acompanharam guiando por onde íamos. Ali andamos, entregamos roupas, tomamos café, tiramos fotos e sorrimos, como perfeitos turistas. Senti um estranho mal estar. Observei meus companheiros: estáticos, mantinham as formalidades necessárias sentados no pequeno sofá, na cadeira da cozinha, no degrau da escada com os cachorros magricelas. E me senti mais uma vez impotente, querendo ajudar quem nem sequer reclama.
Depois de almoçarmos na D. Regina, partimos...
Nesses quatro dias passamos por intensas provas de superação física e mental, sobretudo na remada. Esta "atividade", que consiste em nossa verdadeira força de locomoção, tem porém, nos proporcionado momentos sublimes, aos quais nos deparamos com um amálgama de emoções internas e externas.
Com o tempo - depois que os músculos se esticam e os ossos dos ombros deixam de estralar - remar, ou pilotar uma canoa se torna leve e prazeroso. Começa-se então a sentir a fluidez da canoa, a sentir que faz parte dela. Por segundos vertiginosos entendemo-na como uma extensão de nossos corpos.
No terceiro dia, quando ainda nos encontrávamos em D. Regina - que conseguiu manter sua simpatia enquanto nós mostrávamos-mos gratidão pela sua paciente capacidade de cozinhar para o pelotão - acordamos cedo, esticamos as roupas das doações que estavam molhadas e as separamos.
Eu e Gabi, um nordestino de uma ternura hipnótica com quem rapidamente fiz amizade - pessoa daquelas que nos fazem, apenas com o muito que guardam nos olhos, relevar nosso próprio ser, simples e grave como é - combinamos de colocar um nariz de palhaço que ele havia trazido, e fazer alguma arte com as crianças da comunidade. Eu, é claro, estava empenhado em um projeto asceta de, com a facilidade e satisfação que Gabi tinha de se misturar com aqueles seres, tentar vê-los não mais como um amontoado de células evoluídas ou pedacinhos de carne. Este objetivo foi realizado mais rápido do que o previsto. Pois além do Gabi, todos eram mestres nessa arte. Todos constituíam A própria arte.
Um conceito que seria radicalmente transformado em mim, era o da “idade”. Em Idade da Razão, Sartre nos mostra como o homem moderno está susceptível a esse “tempo externo” e por vezes, é fragilizado por ele: quando jovem tem calma, mira e mistifica o futuro. Quando velho tem pressa, se vê gordo ao lado da morte e corre atrás do presente não vivido. Ninguém ali parecia preso ou mesmo consciente de suas idades. Eu era, cronologicamente, o mais novo da equipe e, no entanto, percebia-me como um velho, sério, pesado e quase carrancudo perto daqueles rostos leves, estalados e sorridentes.
D. Regina contou-nos que á pouco tempo, um fortíssimo raio atingiu sua casa em cheio enquanto ela e a família dormiam. A casa queimou toda e surpreendentemente, ninguém morreu. Sua mãe foi uma grande curandeira local. E logo o principio irrefutável dos povos se deu. O mistério foi logo atribuído á velha que então passou a dar outras "provas" de sua presença.
Eu como um assíduo e enamorado antropólogo do mítico, não poderia deixar de enfatizar isso aqui. Pois, pra mim, o que não é ornamentado pela arte - é banalizado pela arrogância da ciência.
Na comunidade de D. Regina há umas 30 casas. Todas de madeira construídas com suas histórias e decoradas com suas alegrias. De frente, na outra margem do rio, existe uma outra pequena civilização congênita da primeira. Soubemos que lá moravam muitas crianças e fomos pra lá - é claro. Em duas canoas, estavam Gabi, Cami a "colombiana", Mer a "argentina" e Laine - uma mulher muito interessante que me mostraria muito a respeito da vida e da idade preenchida. Todos sem duvidas, eram interessantíssimos. Apenas não os conhecia ainda e prefiro descreve-los de acordo com as moldagens que eles foram me causando na medida em que me relacionava com cada um.
Na medida em que nos aproximava-mos, percebíamos as construções rudes que coloriam a fronte da costa. Contrastavam radicalmente com a romântica Grécia observada na noite anterior. Casas erigida em ladeiras de ingrimidade tal, que parecia impossibilitar a mais simples caminhada. Percebi também as duas igrejas (EVANGÉLICAS), que se impunham aos moradores. Era delas que vinham aqueles gritos sacros da noite anterior.
É curioso como esse evangelismo vem até o último rincão na busca profícua de formar rebanhos e delimitar os seus cercos. Encontraríamos mais adiante, por toda a viagem, nos cantos mais inóspitos, onde a persuasão é fácil e tomada como verdade. É a versão moderna do catolicismo espanhol da Idade Média.
Ao desembarcarmos, crianças já nos cercavam eufóricas. Sabiam de tudo antes de nós mesmos. Suas moradas são verdadeiros mirantes e, quando uma vela aponta no horizonte, todos ali são avisados. Isso só aumenta a ansiedade de todos e, principalmente das crianças que nos acompanharam guiando por onde íamos. Ali andamos, entregamos roupas, tomamos café, tiramos fotos e sorrimos, como perfeitos turistas. Senti um estranho mal estar. Observei meus companheiros: estáticos, mantinham as formalidades necessárias sentados no pequeno sofá, na cadeira da cozinha, no degrau da escada com os cachorros magricelas. E me senti mais uma vez impotente, querendo ajudar quem nem sequer reclama.
Depois de almoçarmos na D. Regina, partimos...
sábado, 5 de setembro de 2009
Terceiro dia (segunda versão)
Terceiro dia! Estamos na casa de Dona Regina em Mariana! [Transcrevo este relato e ao passá-lo ao papel virtual volto àquele momento... e acrescento pouca coisa entre colchetes como este e tiro outras que só ficam na minha lembrança e no meu diário de bordo]
Pedro, Gabriel, Elaine, Camila e eu vamos para comunidade da frente que tanto tinha nos chamado a atenção no dia anterior pelo barulho. Antes de ir pegamos algumas roupas de doação que estão espalhadas no quintal da Dona Regina para secarem do naufrágio do primeiro dia. A comunidade chama Maçarapuã, tem aproximadamente umas 50 pessoas em 25 casas, tem uma escola de primeira à quarta série (depois dessa série as crianças vão à escola em Ilha Rasa). Levamos roupa para quatro famílias e todas nos receberam super bem. Nós chegamos com todos os cuidados possíveis [pelo menos eu senti isso[ para não ofender as pessoas ou parecer que estávamos sendo os bons samaritanos... A nossa guia foi uma menina de nove anos. A última casa onde fomos foi a dela e sua mãe nos recebeu com café e bolachas com doce de leite com morango e margarina (luxo!!!). Gabriel fez uns malabares com a menina que rapidamente se entusiasmou com a idéia de aprender, então fizeram umas bolinhas de malabares com areia do quintal da casa para ela ter também. O barulho que ouvíamos à noite provinha de uma das duas igrejas evangélicas que tem na comunidade. A primeira vista as casas são bem ajeitadas e não parece que as pessoas passem muita necessidade, mas a primeira impressão nem sempre é a realidade. As pessoas têm contato com Paranaguá e comercializam o peixe que pescam lá mesmo.
A travessia com a canoa vazia é muito mais tranqüila e as pessoas com as quais fui são muito queridas, estou gostando muito. Tudo está muito bom. Ao voltar para casa de Dona Regina o almoço está pronto e a especialidade do dia é baiacu, arroz e feijão. De tarde, depois de ter carregado novamente todas as canoas, partimos para uma nova remada. Desta vez, não é nem com Vado nem com Juliana senão com Pedro. Pois conforme combinado na noite anterior à luz da lua e ao som das cantorias que Renato, Pedro, Gabriel, Camila, Elaine e eu puxamos na prainha ao lado do bar. Durante a tarde ensolarada cantamos e remamos. Apesar de estarmos em dois nas canoas sempre procuramos estar perto das outras pessoas e cantamos tod@s junt@s. Entre músicas e poesias a tarde vem chegando e com ela a paisagem vai mudando. O sol cálido se esconde atrás dos morros que nos rodeiam. (Esse fato de estarmos rodeados de morros e dentro da baía, me dá uma sensação de segurança muito boa). O céu começa a ficar rosa avermelhado e o vento começa a soprar. Há no ar uma energia tão intensa que Elaine, Gabriel, Pedro e eu entramos em estado de euforia... Essa sensação que enche os pulmões e a alma. Tínhamos que gritar, pois estávamos no momento, no lugar e com as pessoas perfeitas. Esse sentimento de plenitude que se consegue quando há uma sintonia energética entre as pessoas e a natureza, quando se vive realmente o momento presente [o instante].
“A paz invadiu o meu coração
De repente me encheu de paz”
A noite chegou e com ela o vento. As ondas começaram a crescer e o ato de remar se complicou. Ficamos para trás do grupo, mas já não era por estar distraid@s cantando senão porque o mar nos levava pro lado contrário. Estávamos tentando passar um píer, mas não conseguimos passá-lo pelo fim senão pelo meio de maneira que, para evitar bater a canoa, cortei as minhas mãos contra as estruturas do mesmo. Conseguimos chegar a Ponta do Lanço onde paramos para esperar que o vento acalmasse. Mas a Juliana e o Rogério ficaram para trás então Evair (o super-homem) e Pedro foram auxiliá-l@s. É claro que a parada foi num bar, para esquentar o corpo e a alma. Dançamos um pouco, beberam outro pouco “pero no mucho” e voltamos à aventura para poder chegar no paraíso de Gamelas. O vento tinha amainado, o céu estava estrelado e a lua crescente. Chegamos antes do esperado, considerando que o espetáculo em cima da canoa é indescritível durante a noite. Mesmo assim, sempre pode melhorar e tive a possibilidade de sentir-me mais feliz ainda quando descobri o paraíso. [Gamelas é uma pequena ilha que fica a leste de Ilha Rasa na baía das Laranjeiras. Chegamos numa praia comprida, mas relativamente estreita, especialmente na vazante. A casa que nos abrigou era subindo alguns metros acima daquela praia na qual atracamos nossas canoas. Era um sobrado sem portas nem janelas e na frente tinha todo o visual que mostrava o nosso próximo destino: Guapicum. O terreno estava “limpo” e enfeitado com algumas palmeiras dispostas aos lados deixando alguns metros livres para ver o sol nascendo exatamente naquela posição] A fogueira estava pronta para nós na frente da casa praticamente abandonada. Também havia água, mas só soubemos disso no dia seguinte quando a luz do dia nos permitiu ver a torneira. É que o nosso herói Evair cortou o pé ao arrumar a fogueira então não quisemos vasculhar muito por medo a encontrar mais cacos no chão. Tod@s aconchegad@s no calor da fogueira -e alguns fazendo e recebendo massagens em sessão conjunta- preparamos batatas, cebolas, lingüiça e pinhão. O cansaço ia se apoderando das pessoas que aos poucos foram dormir. Ficamos @s quatro: Gabriel, Pedro, Camila e eu desfrutando da noite e da fogueira. Cada um contou brevemente sobre sua vida, mas o Pedro ficou reservado analisando tudo. Esse grupo que começava a se identificar começou especialmente esta noite e continuou durante a viagem inteira com um alto nível de empatia. O calor humano é também bem importante neste tipo de vivências! Boa noite para tod@s nós.
Pedro, Gabriel, Elaine, Camila e eu vamos para comunidade da frente que tanto tinha nos chamado a atenção no dia anterior pelo barulho. Antes de ir pegamos algumas roupas de doação que estão espalhadas no quintal da Dona Regina para secarem do naufrágio do primeiro dia. A comunidade chama Maçarapuã, tem aproximadamente umas 50 pessoas em 25 casas, tem uma escola de primeira à quarta série (depois dessa série as crianças vão à escola em Ilha Rasa). Levamos roupa para quatro famílias e todas nos receberam super bem. Nós chegamos com todos os cuidados possíveis [pelo menos eu senti isso[ para não ofender as pessoas ou parecer que estávamos sendo os bons samaritanos... A nossa guia foi uma menina de nove anos. A última casa onde fomos foi a dela e sua mãe nos recebeu com café e bolachas com doce de leite com morango e margarina (luxo!!!). Gabriel fez uns malabares com a menina que rapidamente se entusiasmou com a idéia de aprender, então fizeram umas bolinhas de malabares com areia do quintal da casa para ela ter também. O barulho que ouvíamos à noite provinha de uma das duas igrejas evangélicas que tem na comunidade. A primeira vista as casas são bem ajeitadas e não parece que as pessoas passem muita necessidade, mas a primeira impressão nem sempre é a realidade. As pessoas têm contato com Paranaguá e comercializam o peixe que pescam lá mesmo.
A travessia com a canoa vazia é muito mais tranqüila e as pessoas com as quais fui são muito queridas, estou gostando muito. Tudo está muito bom. Ao voltar para casa de Dona Regina o almoço está pronto e a especialidade do dia é baiacu, arroz e feijão. De tarde, depois de ter carregado novamente todas as canoas, partimos para uma nova remada. Desta vez, não é nem com Vado nem com Juliana senão com Pedro. Pois conforme combinado na noite anterior à luz da lua e ao som das cantorias que Renato, Pedro, Gabriel, Camila, Elaine e eu puxamos na prainha ao lado do bar. Durante a tarde ensolarada cantamos e remamos. Apesar de estarmos em dois nas canoas sempre procuramos estar perto das outras pessoas e cantamos tod@s junt@s. Entre músicas e poesias a tarde vem chegando e com ela a paisagem vai mudando. O sol cálido se esconde atrás dos morros que nos rodeiam. (Esse fato de estarmos rodeados de morros e dentro da baía, me dá uma sensação de segurança muito boa). O céu começa a ficar rosa avermelhado e o vento começa a soprar. Há no ar uma energia tão intensa que Elaine, Gabriel, Pedro e eu entramos em estado de euforia... Essa sensação que enche os pulmões e a alma. Tínhamos que gritar, pois estávamos no momento, no lugar e com as pessoas perfeitas. Esse sentimento de plenitude que se consegue quando há uma sintonia energética entre as pessoas e a natureza, quando se vive realmente o momento presente [o instante].
“A paz invadiu o meu coração
De repente me encheu de paz”
A noite chegou e com ela o vento. As ondas começaram a crescer e o ato de remar se complicou. Ficamos para trás do grupo, mas já não era por estar distraid@s cantando senão porque o mar nos levava pro lado contrário. Estávamos tentando passar um píer, mas não conseguimos passá-lo pelo fim senão pelo meio de maneira que, para evitar bater a canoa, cortei as minhas mãos contra as estruturas do mesmo. Conseguimos chegar a Ponta do Lanço onde paramos para esperar que o vento acalmasse. Mas a Juliana e o Rogério ficaram para trás então Evair (o super-homem) e Pedro foram auxiliá-l@s. É claro que a parada foi num bar, para esquentar o corpo e a alma. Dançamos um pouco, beberam outro pouco “pero no mucho” e voltamos à aventura para poder chegar no paraíso de Gamelas. O vento tinha amainado, o céu estava estrelado e a lua crescente. Chegamos antes do esperado, considerando que o espetáculo em cima da canoa é indescritível durante a noite. Mesmo assim, sempre pode melhorar e tive a possibilidade de sentir-me mais feliz ainda quando descobri o paraíso. [Gamelas é uma pequena ilha que fica a leste de Ilha Rasa na baía das Laranjeiras. Chegamos numa praia comprida, mas relativamente estreita, especialmente na vazante. A casa que nos abrigou era subindo alguns metros acima daquela praia na qual atracamos nossas canoas. Era um sobrado sem portas nem janelas e na frente tinha todo o visual que mostrava o nosso próximo destino: Guapicum. O terreno estava “limpo” e enfeitado com algumas palmeiras dispostas aos lados deixando alguns metros livres para ver o sol nascendo exatamente naquela posição] A fogueira estava pronta para nós na frente da casa praticamente abandonada. Também havia água, mas só soubemos disso no dia seguinte quando a luz do dia nos permitiu ver a torneira. É que o nosso herói Evair cortou o pé ao arrumar a fogueira então não quisemos vasculhar muito por medo a encontrar mais cacos no chão. Tod@s aconchegad@s no calor da fogueira -e alguns fazendo e recebendo massagens em sessão conjunta- preparamos batatas, cebolas, lingüiça e pinhão. O cansaço ia se apoderando das pessoas que aos poucos foram dormir. Ficamos @s quatro: Gabriel, Pedro, Camila e eu desfrutando da noite e da fogueira. Cada um contou brevemente sobre sua vida, mas o Pedro ficou reservado analisando tudo. Esse grupo que começava a se identificar começou especialmente esta noite e continuou durante a viagem inteira com um alto nível de empatia. O calor humano é também bem importante neste tipo de vivências! Boa noite para tod@s nós.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
3º DIA
Esses são relatos,opiniões pessoais descritas num momento único, momento em que minha caneta era um termometro de tdo q se passava. Foram fielmente extraídos de meu diário de bordo sendo, apenas, feito alguns polimentos e concertos ortográficos.Isso deve ser levado em conta, pois, mesmo pra mim é difícil escrever algo que um outro eu - que não mais este - escreveu....
Mesmo querendo escrever algo de surpreendente, de épico, a promiscuidade das impressoes torna dificil ratificar os fatos, abstrair os momentos, compreender a manifestação incansável de todos os sentidos e, ainda assim, exprimir num folego a conclusão desse conflito que se encerra em nossos corpos, desespera as mentes, encandesce a alma.
"Resta essa imobilidade,
essa economia de gestos,
essa inércia cada vez maior diante do infinito..."
Retorno a Terra. Sinto a terra viscosa do mangue esgueirar -se por entre meus dedos. Ora, sejamos sensatos! Só seria sincero concordando que é demasiado cedo para avaliar as pessoas, os lugares e todo o conjunto dessa viagem.
No mais, falta tempo em meio a esse turbilhão. Tempo para refletir, encaixar e escrever argumentos e descrições.
Até entao, acordamos arrumando as coisas - o que requer um deterninado empenho - ajeitando-as nas canoas e, remando.
Muito remamos: 6 ou 7 hras por dia (nesses 2 dias). É encantador! O mar, a paisagem, a biodiversidade do mangue. Realmente é tudo, a todo intante, muito diferente do que já fiz - por isso, ainda é cedo.
Permito-me uma clarividencia. A tal profecia demagogica ensinada aos cleros. "Algo acontecerá!".
São 17 pessoas (depois entraram mais 2). Poucas já conheciam alguém. Cada lugar, cada pessoa se apresentam como NOVO. Isso é claramente visível na prudência dos gestos e falas. è também, perfeitamente visível, o desconforto que essa prudência pragmática causa.
Assim eu, pelo menos, me sinto. A dificuldade em deixar a alma emergir, abafa.
" Covarde sois aqueles que cala vossas vísceras"
Solicitamos a embriaguez - clamamos por Dionísio - para que a personalidade seja denunciada. Não que que eu ache isso vantajoso ou bom. Não. Mas somos fracos e, felizes e...que importa! De rapente todos os corpos sao revestidos de cor e dentes brancos se espalham pela noite e o canto torna denso o ambiente.
Ontem num bar, que apenas contorna uma mesa de cinuca, o sentimento nos preencheu. Bricamos feito palhaços, fomo-os! Tudo era solto, tdo era cantado.
Do lado de lá, na outra margem, luzes abeiravam a orla, se amontoavam no morro. Um canto funebre era acompanhada de gritos sinistros. Uma meia lua se duplicava na água escura. Logo o líder nos informou de que tratava-se de uma igreja. Mais uma igreja.
Hoje aportamos na comunidade de Dona Regina. Não deu pra conhecer essa gente. Não sei se dará. Me privo de uma opinião prematura. Pelos olhos daquela senhora me parece impossivel conhecer algo tão vital em um dia ou dois. Somos aqui, apenas turistas. Assim, crianças brilham quando seus olhos nos alcançam.
Aprendemos, na academia, a descrever algo só depois de seu estudo. Acontece que toda avaliação é precedida por uma perspectiva. E aqui, isso se torna traiçoeiro, pérfido.
Apenas peço experiência. Pois aqui, já esqueço quem sou......
Mesmo querendo escrever algo de surpreendente, de épico, a promiscuidade das impressoes torna dificil ratificar os fatos, abstrair os momentos, compreender a manifestação incansável de todos os sentidos e, ainda assim, exprimir num folego a conclusão desse conflito que se encerra em nossos corpos, desespera as mentes, encandesce a alma.
"Resta essa imobilidade,
essa economia de gestos,
essa inércia cada vez maior diante do infinito..."
Retorno a Terra. Sinto a terra viscosa do mangue esgueirar -se por entre meus dedos. Ora, sejamos sensatos! Só seria sincero concordando que é demasiado cedo para avaliar as pessoas, os lugares e todo o conjunto dessa viagem.
No mais, falta tempo em meio a esse turbilhão. Tempo para refletir, encaixar e escrever argumentos e descrições.
Até entao, acordamos arrumando as coisas - o que requer um deterninado empenho - ajeitando-as nas canoas e, remando.
Muito remamos: 6 ou 7 hras por dia (nesses 2 dias). É encantador! O mar, a paisagem, a biodiversidade do mangue. Realmente é tudo, a todo intante, muito diferente do que já fiz - por isso, ainda é cedo.
Permito-me uma clarividencia. A tal profecia demagogica ensinada aos cleros. "Algo acontecerá!".
São 17 pessoas (depois entraram mais 2). Poucas já conheciam alguém. Cada lugar, cada pessoa se apresentam como NOVO. Isso é claramente visível na prudência dos gestos e falas. è também, perfeitamente visível, o desconforto que essa prudência pragmática causa.
Assim eu, pelo menos, me sinto. A dificuldade em deixar a alma emergir, abafa.
" Covarde sois aqueles que cala vossas vísceras"
Solicitamos a embriaguez - clamamos por Dionísio - para que a personalidade seja denunciada. Não que que eu ache isso vantajoso ou bom. Não. Mas somos fracos e, felizes e...que importa! De rapente todos os corpos sao revestidos de cor e dentes brancos se espalham pela noite e o canto torna denso o ambiente.
Ontem num bar, que apenas contorna uma mesa de cinuca, o sentimento nos preencheu. Bricamos feito palhaços, fomo-os! Tudo era solto, tdo era cantado.
Do lado de lá, na outra margem, luzes abeiravam a orla, se amontoavam no morro. Um canto funebre era acompanhada de gritos sinistros. Uma meia lua se duplicava na água escura. Logo o líder nos informou de que tratava-se de uma igreja. Mais uma igreja.
Hoje aportamos na comunidade de Dona Regina. Não deu pra conhecer essa gente. Não sei se dará. Me privo de uma opinião prematura. Pelos olhos daquela senhora me parece impossivel conhecer algo tão vital em um dia ou dois. Somos aqui, apenas turistas. Assim, crianças brilham quando seus olhos nos alcançam.
Aprendemos, na academia, a descrever algo só depois de seu estudo. Acontece que toda avaliação é precedida por uma perspectiva. E aqui, isso se torna traiçoeiro, pérfido.
Apenas peço experiência. Pois aqui, já esqueço quem sou......
domingo, 16 de agosto de 2009
2 º DIA

Primeiro dia remando.
A manha foi dedicada quase que inteiramente na lida dos mantimentos e doações. Muita coisa pra embalar, separar, empacotar. O montante das doações foram divididas nos barcos: dois cargueiros, chamados Batera, com remos duplo apoiado em vogas, uma grande vela e a lentidão de um gordo. O restante da bagagem foi minuciosamente empacotada e posta nas canoas.
Tudo fizemos. Desde pintar o casco, confeccionar velas, até seu uso final.
Tripulação posta em suas naus e, finalmente, partimos. Sete barcos, sete botas, sete pecados, sete dinastias. Sulcavam o vasto dorso do mar, juntos, promíscuos, ferindo com os remos a superfície salobra.
Remávamos em duplas nas canoas. Uma na proa, como leme, outro na popa, feito motor. A naioria era novata no remo. De amadores, seria demais soberba, se auto avaliar. O olhar a frente, se perde no imensurável. Diante de tamanha liquidez, sentem redução, receio de sua hostilidade mística.
O vento abençoa. Erigem-se as velas. Realmente, no mar, tudo anda tudo movimenta. Imensurável, também, o dinamismo espiritual. Torna-se complicado a descrição de uma só sensação. Não sei se penso, se respiro ou se apenas noto. Seguirei Nietzsche: “que seu Eu esteja para ação, assim como a mãe está para o filho”.
O dia se fez calmo, ensolarado, brioso. Logo mais tudo mudaria. E hoje quem escreve, repousa um olhar baixo, espira o ar cansado da lembrança mal digerida.
Rapidamente, o cenário mudou. Um forte vento soprou, elevando vagas d’agua, estendendo sobre o firmamento um denso manto de nuvens foscas que logo passaria a sombrear nossas cabeças. Por instinto, senti um clima tenso nos envolver. Ouvi vozes. Me voltei aos olhares atentos que apontavam aos gritos. A primeira imagem captada foi a da última das quatro pontas da batera, acima da linha do mar. Sobre ela ainda restava um homem – nosso líder. Inevitável, em minha paixão pelo drama, a lembrança do Naufrágio de Medusa, de Géricault. De semelhança eminente, a descrição de um coincidirá com a descrição de outro. Como na obra o céu era sombrio, o mar escamoso e gélido, os naufragados -humanos. Sendo uns valentes, frios e calculistas e outros fracos ou apressados em debandar o corpo do frio.
Enquanto assistíamos ao espetáculo, tentávamos desesperados, com nossa lamentável habilidade, chegar até o local. Os naufragados suspiravam, demonstravam nos lábios a temperatura da água. E no que podiam, iam lançado em nossas canoas os sacos que ainda boiavam, tudo na ordem da importância: primeiro um insistente computador que, ao longo da viagem, participaria ativamente; depois uma câmera; as bagagens dos marinheiros e, por fim, as doações em geral. Com freqüência alguém, sufocado pela impotência, se atirava na água para ao menos compartilhar do frio que alfinetava a pele de seus companheiros.
Os naufragados, pouco a pouco foram se achando nas canoas, exceto um, o líder. Pra ele ainda não havia espaço. Uma canoa ficou ao seu lado, sem poder leva-lo, limitada pelo peso; farta de humanidade. A corrente de junho seguia indiferente a sua rota gélida. O vento acelerava com as mãos em nossas costas. Estávamos sós. E o que eu previa desse agoge, não tardou a suceder – a cura!
A natureza nos submete constantemente à provas onde seremos desafiados por nós mesmos. Passará então, a ser uma mera participante e nós, os protagonistas. È preciso então, muita atenção, pois quando esse momento chegar deve se ter simplicidade o suficiente para vencer o medo com a clareza. A vitória é bela. Fortalece, estima. Traz confiança e nos torna heróis de nos mesmos. Leva ao próximo ponto.
A derrota é dura, amarga. Deixa buracos e, se o espírito for fraco, tornará o ultimo ponto, distante. Porém, a última, também fortalece. E sem ela não é possível a primeira. O importante então, é estar presente por inteiro, vivo. Entender que é esse O instante que eternizará os caminhos.
Mãe engrossai-nos vossos pés! Daí- nos curtição à pele sadia. Pois é somente em ti, me projetando em ti, que me conhecerei.
Em solo firme, o vento acalmou. Deu lugar a chuva, que veio com força. Amigavelmente fomos acolhidos e sem demora o líder chegou. Veio feliz, embriagado do álcool dourado que nos sacos iemrsos encontrou e apanhou, na esperança de um ínfimo calor.
Satisfeitos seguimos aos improvisados leitos, com merecido ar apoteótico entregamo-nos ao sono. Eu, fiel à nossa América Latina, permaneci fronteiriço – de um lado Argentina, de outro Colômbia.
1º DIA
Hoje me liberto das obrigaçoes universitária e apenas sigo os hobbies de que ela me dotou.
Muito escrevi numa tal prova de genética. Pouco me interessava, naquele momento, detalhes do DNA, a revolução dos OGM’s. Ali, com os ossos amargos de tanta cadeira, meus batimentos já ritmavam com a cadencia tácita do mar que me aguardava.
No entanto, apenas chegamos. Uma conversa fiada no carro, um sono profundo no barco e pronto. Cá estamos. Areia branca, céu e mar.
O dia efêmero, aqui na Ilha das Peças. O sol brilhou forte no poente sinalizando pra nós, o novo. Num curioso cemitério, nos sentamos em circulo para as apresentaçoes. Somos dezessete dentre homens e mulheres. Curiosos, retraídos. Protegendo-se nos dogmas da vida social.
O líder, prudente, deu-nos voz de entrada: Daqui pra frente, seremos todos iguais. Esqueçam seus livros, suas academias; enterrem seus conceitos; dissolvam suas consciências. Aqui vocês morrem. Aqui vocês nascem!
No final, toda a minha experiência se deveria à estas palavras.
Um farto banquete, regado a camarão e peixe. Uma saidera num bar que exala cataia. Meninas e mauricios na coceira do ultimo banho. E a desajeitada entrega do corpo a um sono tranqüilo. Esse, o resumo do dia.
Muito escrevi numa tal prova de genética. Pouco me interessava, naquele momento, detalhes do DNA, a revolução dos OGM’s. Ali, com os ossos amargos de tanta cadeira, meus batimentos já ritmavam com a cadencia tácita do mar que me aguardava.
No entanto, apenas chegamos. Uma conversa fiada no carro, um sono profundo no barco e pronto. Cá estamos. Areia branca, céu e mar.
O dia efêmero, aqui na Ilha das Peças. O sol brilhou forte no poente sinalizando pra nós, o novo. Num curioso cemitério, nos sentamos em circulo para as apresentaçoes. Somos dezessete dentre homens e mulheres. Curiosos, retraídos. Protegendo-se nos dogmas da vida social.
O líder, prudente, deu-nos voz de entrada: Daqui pra frente, seremos todos iguais. Esqueçam seus livros, suas academias; enterrem seus conceitos; dissolvam suas consciências. Aqui vocês morrem. Aqui vocês nascem!
No final, toda a minha experiência se deveria à estas palavras.
Um farto banquete, regado a camarão e peixe. Uma saidera num bar que exala cataia. Meninas e mauricios na coceira do ultimo banho. E a desajeitada entrega do corpo a um sono tranqüilo. Esse, o resumo do dia.
sábado, 15 de agosto de 2009
Vila Mariana..ahhh saudade de Dona Regina

No nosso segundo dia de viagem finalmente conhecemos Vila Mariana. Localizada na Ilha Rasa, Mariana é contagiante e amistosa. Fomos acolhidos pela Dona Regina e seu bolo de fubá inesquecível...
Em Mariana podemos encontrar árvores frondosas a beira mar fazendo sombra, com um convidativo banquinho, uma simpática mercearia e uma música que envolve todo, a igreja que nunca deixa de existir em lugar algum, mulheres mães, homens de força, pessoas que formam uma familia só.
Nesta vila já foi possível perceber a importância das doações que tanto pesavam nas canoas, a importância de cada gesto na vida de cada indivíduo.
Pudemos colocar as roupas molhadas no naufrágio do primeiro dia para secar, brincar de ser doutor e observar a necessidade de cada um. A dificuldade de beber uma água por causa da deficiência do saneamento básico local, praticamente ignorado por um estado que somente enxerga aquilo que convém. Dona Regina, com um lar ainda improvisado deviso a um raio que atingiu sua casa, raio esse que promete voltar em busca da pedra que deixou enterrada, segundo sua vítima... as crianças carentes de brincadeiras e carinho, todos com o coração aberto para deixar a gente entrar com nosso ensutiasmo.
Brincamos bastante, fomos crianças.....fomos adultos, adultos a ponto de perceber que no nosso mundo da cidade passamos sem perceber a vida fácil que muitas vezes levamos: podemos ir a escola, podemos ter água em nossas torneiras, podemos ter nosso esgoto bem longe do nosso nariz, tem alguém que sempre recolhe nossa grande produção de lixo....triste é saber que algumas coisas básicas para nós da cidade é inexistente em outros lugares e nada ainda feito para mudar essa realidade.
Enfim, Vila Mariana é um lugarsinho de meu Deus...simples e contagiante...
Dona Regiiiiiiiiiiiiinaaaaaa faaaaaaazzzz caféeeeeeeeeeeeee
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
um trecho do livro "Mar sem fim" do Amyr Klink que me fez lembrar vocês:
"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
Mt luz e bons ventos pra todos!
Le...japuca
terça-feira, 28 de julho de 2009
Começando a viagem!!!

Nosso primeiro dia de viagem começou lindo...um sol que brilhava intensamente!!!! remos na mão, cataia na sacola e animação pra enfim iniciar nossa expedição.
Nossa primeira parada foi numa pequena praia, ainda dava para avistar a Vila das Peças... vimos ossos de botos e comemos um pouco e seguimos novamente até Vila Mariana.
Mas mal sabíamos que nossa próxima parada seria em Ponta do Ubá. Naufragamos no primeiro dia de viagem, e aquilo que pode parecer trágico fez com que todo mundo se movimentasse em prol de ajudar o barco com problemas e ganhar experiência para continuar a remar, primeiro dia e já ganhamos uma aula de sobrevivência, garra, agilidade e bom humor!!! Agora sim, a viagem pode continuar!!!! Nesse dia fomos salvos pelo Seu Paulinho e o Josué, que além de resgatar ainda nos deram pouso e hospitalidade!!! VALEU!!!
Peguem seus remos, arrume a sua canoa... ainda temos muita "estrada" pela frente!!!
até mais,
Ju
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Enfim... com os remos a postos!!!

Mais uma Viagem aconteceu... conhecemos muita gente... conhecemos talvez até nós mesmos... Foi muito fandango!! ai que saudade do seu Randolfo e sua rabeca!!!! as conversas todas, cada remada, cada saco amarrado...
Bolinho de chuva??? hummmm
Polenta da Madá??? Hummmm
cataia??? vixiiiiiiii
cebola assada com limão e sal???
mosquitos??? sai fora!!!..r.s.
enfim... todos os dias tiveram suas dificuldades e alegrias, momentos que com certeza vão ficar na memória e no coração de cada um...
Saudades...
Ju..
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