Terceiro dia! Estamos na casa de Dona Regina em Mariana! [Transcrevo este relato e ao passá-lo ao papel virtual volto àquele momento... e acrescento pouca coisa entre colchetes como este e tiro outras que só ficam na minha lembrança e no meu diário de bordo]
Pedro, Gabriel, Elaine, Camila e eu vamos para comunidade da frente que tanto tinha nos chamado a atenção no dia anterior pelo barulho. Antes de ir pegamos algumas roupas de doação que estão espalhadas no quintal da Dona Regina para secarem do naufrágio do primeiro dia. A comunidade chama Maçarapuã, tem aproximadamente umas 50 pessoas em 25 casas, tem uma escola de primeira à quarta série (depois dessa série as crianças vão à escola em Ilha Rasa). Levamos roupa para quatro famílias e todas nos receberam super bem. Nós chegamos com todos os cuidados possíveis [pelo menos eu senti isso[ para não ofender as pessoas ou parecer que estávamos sendo os bons samaritanos... A nossa guia foi uma menina de nove anos. A última casa onde fomos foi a dela e sua mãe nos recebeu com café e bolachas com doce de leite com morango e margarina (luxo!!!). Gabriel fez uns malabares com a menina que rapidamente se entusiasmou com a idéia de aprender, então fizeram umas bolinhas de malabares com areia do quintal da casa para ela ter também. O barulho que ouvíamos à noite provinha de uma das duas igrejas evangélicas que tem na comunidade. A primeira vista as casas são bem ajeitadas e não parece que as pessoas passem muita necessidade, mas a primeira impressão nem sempre é a realidade. As pessoas têm contato com Paranaguá e comercializam o peixe que pescam lá mesmo.
A travessia com a canoa vazia é muito mais tranqüila e as pessoas com as quais fui são muito queridas, estou gostando muito. Tudo está muito bom. Ao voltar para casa de Dona Regina o almoço está pronto e a especialidade do dia é baiacu, arroz e feijão. De tarde, depois de ter carregado novamente todas as canoas, partimos para uma nova remada. Desta vez, não é nem com Vado nem com Juliana senão com Pedro. Pois conforme combinado na noite anterior à luz da lua e ao som das cantorias que Renato, Pedro, Gabriel, Camila, Elaine e eu puxamos na prainha ao lado do bar. Durante a tarde ensolarada cantamos e remamos. Apesar de estarmos em dois nas canoas sempre procuramos estar perto das outras pessoas e cantamos tod@s junt@s. Entre músicas e poesias a tarde vem chegando e com ela a paisagem vai mudando. O sol cálido se esconde atrás dos morros que nos rodeiam. (Esse fato de estarmos rodeados de morros e dentro da baía, me dá uma sensação de segurança muito boa). O céu começa a ficar rosa avermelhado e o vento começa a soprar. Há no ar uma energia tão intensa que Elaine, Gabriel, Pedro e eu entramos em estado de euforia... Essa sensação que enche os pulmões e a alma. Tínhamos que gritar, pois estávamos no momento, no lugar e com as pessoas perfeitas. Esse sentimento de plenitude que se consegue quando há uma sintonia energética entre as pessoas e a natureza, quando se vive realmente o momento presente [o instante].
“A paz invadiu o meu coração
De repente me encheu de paz”
A noite chegou e com ela o vento. As ondas começaram a crescer e o ato de remar se complicou. Ficamos para trás do grupo, mas já não era por estar distraid@s cantando senão porque o mar nos levava pro lado contrário. Estávamos tentando passar um píer, mas não conseguimos passá-lo pelo fim senão pelo meio de maneira que, para evitar bater a canoa, cortei as minhas mãos contra as estruturas do mesmo. Conseguimos chegar a Ponta do Lanço onde paramos para esperar que o vento acalmasse. Mas a Juliana e o Rogério ficaram para trás então Evair (o super-homem) e Pedro foram auxiliá-l@s. É claro que a parada foi num bar, para esquentar o corpo e a alma. Dançamos um pouco, beberam outro pouco “pero no mucho” e voltamos à aventura para poder chegar no paraíso de Gamelas. O vento tinha amainado, o céu estava estrelado e a lua crescente. Chegamos antes do esperado, considerando que o espetáculo em cima da canoa é indescritível durante a noite. Mesmo assim, sempre pode melhorar e tive a possibilidade de sentir-me mais feliz ainda quando descobri o paraíso. [Gamelas é uma pequena ilha que fica a leste de Ilha Rasa na baía das Laranjeiras. Chegamos numa praia comprida, mas relativamente estreita, especialmente na vazante. A casa que nos abrigou era subindo alguns metros acima daquela praia na qual atracamos nossas canoas. Era um sobrado sem portas nem janelas e na frente tinha todo o visual que mostrava o nosso próximo destino: Guapicum. O terreno estava “limpo” e enfeitado com algumas palmeiras dispostas aos lados deixando alguns metros livres para ver o sol nascendo exatamente naquela posição] A fogueira estava pronta para nós na frente da casa praticamente abandonada. Também havia água, mas só soubemos disso no dia seguinte quando a luz do dia nos permitiu ver a torneira. É que o nosso herói Evair cortou o pé ao arrumar a fogueira então não quisemos vasculhar muito por medo a encontrar mais cacos no chão. Tod@s aconchegad@s no calor da fogueira -e alguns fazendo e recebendo massagens em sessão conjunta- preparamos batatas, cebolas, lingüiça e pinhão. O cansaço ia se apoderando das pessoas que aos poucos foram dormir. Ficamos @s quatro: Gabriel, Pedro, Camila e eu desfrutando da noite e da fogueira. Cada um contou brevemente sobre sua vida, mas o Pedro ficou reservado analisando tudo. Esse grupo que começava a se identificar começou especialmente esta noite e continuou durante a viagem inteira com um alto nível de empatia. O calor humano é também bem importante neste tipo de vivências! Boa noite para tod@s nós.
Pedro, Gabriel, Elaine, Camila e eu vamos para comunidade da frente que tanto tinha nos chamado a atenção no dia anterior pelo barulho. Antes de ir pegamos algumas roupas de doação que estão espalhadas no quintal da Dona Regina para secarem do naufrágio do primeiro dia. A comunidade chama Maçarapuã, tem aproximadamente umas 50 pessoas em 25 casas, tem uma escola de primeira à quarta série (depois dessa série as crianças vão à escola em Ilha Rasa). Levamos roupa para quatro famílias e todas nos receberam super bem. Nós chegamos com todos os cuidados possíveis [pelo menos eu senti isso[ para não ofender as pessoas ou parecer que estávamos sendo os bons samaritanos... A nossa guia foi uma menina de nove anos. A última casa onde fomos foi a dela e sua mãe nos recebeu com café e bolachas com doce de leite com morango e margarina (luxo!!!). Gabriel fez uns malabares com a menina que rapidamente se entusiasmou com a idéia de aprender, então fizeram umas bolinhas de malabares com areia do quintal da casa para ela ter também. O barulho que ouvíamos à noite provinha de uma das duas igrejas evangélicas que tem na comunidade. A primeira vista as casas são bem ajeitadas e não parece que as pessoas passem muita necessidade, mas a primeira impressão nem sempre é a realidade. As pessoas têm contato com Paranaguá e comercializam o peixe que pescam lá mesmo.
A travessia com a canoa vazia é muito mais tranqüila e as pessoas com as quais fui são muito queridas, estou gostando muito. Tudo está muito bom. Ao voltar para casa de Dona Regina o almoço está pronto e a especialidade do dia é baiacu, arroz e feijão. De tarde, depois de ter carregado novamente todas as canoas, partimos para uma nova remada. Desta vez, não é nem com Vado nem com Juliana senão com Pedro. Pois conforme combinado na noite anterior à luz da lua e ao som das cantorias que Renato, Pedro, Gabriel, Camila, Elaine e eu puxamos na prainha ao lado do bar. Durante a tarde ensolarada cantamos e remamos. Apesar de estarmos em dois nas canoas sempre procuramos estar perto das outras pessoas e cantamos tod@s junt@s. Entre músicas e poesias a tarde vem chegando e com ela a paisagem vai mudando. O sol cálido se esconde atrás dos morros que nos rodeiam. (Esse fato de estarmos rodeados de morros e dentro da baía, me dá uma sensação de segurança muito boa). O céu começa a ficar rosa avermelhado e o vento começa a soprar. Há no ar uma energia tão intensa que Elaine, Gabriel, Pedro e eu entramos em estado de euforia... Essa sensação que enche os pulmões e a alma. Tínhamos que gritar, pois estávamos no momento, no lugar e com as pessoas perfeitas. Esse sentimento de plenitude que se consegue quando há uma sintonia energética entre as pessoas e a natureza, quando se vive realmente o momento presente [o instante].
“A paz invadiu o meu coração
De repente me encheu de paz”
A noite chegou e com ela o vento. As ondas começaram a crescer e o ato de remar se complicou. Ficamos para trás do grupo, mas já não era por estar distraid@s cantando senão porque o mar nos levava pro lado contrário. Estávamos tentando passar um píer, mas não conseguimos passá-lo pelo fim senão pelo meio de maneira que, para evitar bater a canoa, cortei as minhas mãos contra as estruturas do mesmo. Conseguimos chegar a Ponta do Lanço onde paramos para esperar que o vento acalmasse. Mas a Juliana e o Rogério ficaram para trás então Evair (o super-homem) e Pedro foram auxiliá-l@s. É claro que a parada foi num bar, para esquentar o corpo e a alma. Dançamos um pouco, beberam outro pouco “pero no mucho” e voltamos à aventura para poder chegar no paraíso de Gamelas. O vento tinha amainado, o céu estava estrelado e a lua crescente. Chegamos antes do esperado, considerando que o espetáculo em cima da canoa é indescritível durante a noite. Mesmo assim, sempre pode melhorar e tive a possibilidade de sentir-me mais feliz ainda quando descobri o paraíso. [Gamelas é uma pequena ilha que fica a leste de Ilha Rasa na baía das Laranjeiras. Chegamos numa praia comprida, mas relativamente estreita, especialmente na vazante. A casa que nos abrigou era subindo alguns metros acima daquela praia na qual atracamos nossas canoas. Era um sobrado sem portas nem janelas e na frente tinha todo o visual que mostrava o nosso próximo destino: Guapicum. O terreno estava “limpo” e enfeitado com algumas palmeiras dispostas aos lados deixando alguns metros livres para ver o sol nascendo exatamente naquela posição] A fogueira estava pronta para nós na frente da casa praticamente abandonada. Também havia água, mas só soubemos disso no dia seguinte quando a luz do dia nos permitiu ver a torneira. É que o nosso herói Evair cortou o pé ao arrumar a fogueira então não quisemos vasculhar muito por medo a encontrar mais cacos no chão. Tod@s aconchegad@s no calor da fogueira -e alguns fazendo e recebendo massagens em sessão conjunta- preparamos batatas, cebolas, lingüiça e pinhão. O cansaço ia se apoderando das pessoas que aos poucos foram dormir. Ficamos @s quatro: Gabriel, Pedro, Camila e eu desfrutando da noite e da fogueira. Cada um contou brevemente sobre sua vida, mas o Pedro ficou reservado analisando tudo. Esse grupo que começava a se identificar começou especialmente esta noite e continuou durante a viagem inteira com um alto nível de empatia. O calor humano é também bem importante neste tipo de vivências! Boa noite para tod@s nós.
cade????
ResponderExcluirLendo seu relato fui transportada pra lá novamente, senti a euforia do por do sol!!! Como é bom viver, ainda mais podendo desfrutar da companhia de pessoas tão especiais, numa viagem tão marcante e forte( ou vice-versa)!!!
ResponderExcluirelaine