sexta-feira, 21 de agosto de 2009

3º DIA

Esses são relatos,opiniões pessoais descritas num momento único, momento em que minha caneta era um termometro de tdo q se passava. Foram fielmente extraídos de meu diário de bordo sendo, apenas, feito alguns polimentos e concertos ortográficos.Isso deve ser levado em conta, pois, mesmo pra mim é difícil escrever algo que um outro eu - que não mais este - escreveu....


Mesmo querendo escrever algo de surpreendente, de épico, a promiscuidade das impressoes torna dificil ratificar os fatos, abstrair os momentos, compreender a manifestação incansável de todos os sentidos e, ainda assim, exprimir num folego a conclusão desse conflito que se encerra em nossos corpos, desespera as mentes, encandesce a alma.

"Resta essa imobilidade,
essa economia de gestos,
essa inércia cada vez maior diante do infinito..."

Retorno a Terra. Sinto a terra viscosa do mangue esgueirar -se por entre meus dedos. Ora, sejamos sensatos! Só seria sincero concordando que é demasiado cedo para avaliar as pessoas, os lugares e todo o conjunto dessa viagem.
No mais, falta tempo em meio a esse turbilhão. Tempo para refletir, encaixar e escrever argumentos e descrições.
Até entao, acordamos arrumando as coisas - o que requer um deterninado empenho - ajeitando-as nas canoas e, remando.
Muito remamos: 6 ou 7 hras por dia (nesses 2 dias). É encantador! O mar, a paisagem, a biodiversidade do mangue. Realmente é tudo, a todo intante, muito diferente do que já fiz - por isso, ainda é cedo.
Permito-me uma clarividencia. A tal profecia demagogica ensinada aos cleros. "Algo acontecerá!".
São 17 pessoas (depois entraram mais 2). Poucas já conheciam alguém. Cada lugar, cada pessoa se apresentam como NOVO. Isso é claramente visível na prudência dos gestos e falas. è também, perfeitamente visível, o desconforto que essa prudência pragmática causa.
Assim eu, pelo menos, me sinto. A dificuldade em deixar a alma emergir, abafa.

" Covarde sois aqueles que cala vossas vísceras"

Solicitamos a embriaguez - clamamos por Dionísio - para que a personalidade seja denunciada. Não que que eu ache isso vantajoso ou bom. Não. Mas somos fracos e, felizes e...que importa! De rapente todos os corpos sao revestidos de cor e dentes brancos se espalham pela noite e o canto torna denso o ambiente.
Ontem num bar, que apenas contorna uma mesa de cinuca, o sentimento nos preencheu. Bricamos feito palhaços, fomo-os! Tudo era solto, tdo era cantado.
Do lado de lá, na outra margem, luzes abeiravam a orla, se amontoavam no morro. Um canto funebre era acompanhada de gritos sinistros. Uma meia lua se duplicava na água escura. Logo o líder nos informou de que tratava-se de uma igreja. Mais uma igreja.
Hoje aportamos na comunidade de Dona Regina. Não deu pra conhecer essa gente. Não sei se dará. Me privo de uma opinião prematura. Pelos olhos daquela senhora me parece impossivel conhecer algo tão vital em um dia ou dois. Somos aqui, apenas turistas. Assim, crianças brilham quando seus olhos nos alcançam.
Aprendemos, na academia, a descrever algo só depois de seu estudo. Acontece que toda avaliação é precedida por uma perspectiva. E aqui, isso se torna traiçoeiro, pérfido.
Apenas peço experiência. Pois aqui, já esqueço quem sou......

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